sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E agora, quem é o Pai?

Aqui em minha cidade está havendo uma discussão (que eu até acho sadia) por conta de uma pista de Downhill onde as pessoas que lá andam de bike não conseguem se entender em relação ao que pode ser feito, o que deve ser feito e como deve ser feito.

Eu não ando de DH, mas admiro bastante. Mas o que isso tem haver com o Pumptrack? - Você deve estar se perguntando...
É basicamente o mesmo raciocínio se levarmos em consideração que pilotos extremos andam quase sempre juntos fazendo DH, Freeride, treinando um pulos em Dirt Jump e agora com a opção do Pumptrack, eles podem fazer um outro tipo de treinamento e curtir horas de descontração com os amigos.
Só que a questão, que é o ponto alto da discussão, é sobre "o que pode e o que num pode fazer na pista", mas sem considerar ou até mesmo consideramento demasiadamente (tá aí o conflito) de "quem fez a pista, quem anda assiduamente na pista e quem trabalha na pista".

ANTES DE QUALQUER COISA: Quero lembrar que eu nunca andei de Downhill, mas sempre fiz pista, ajudei a fazer pista e assim sei fazer pista. E isso pelos meus amigos, não por mim!

Acredito que uma pista só pode ser definitivamente "de fulado de tal" se ela estiver em sua propriedade. ENTÃO FULANO DE TAL FAZ O QUE BEM ENTENDER.
Se ela está em uma propriedade de terceiros e foi criada por "beltrano", essa pista "é considera apenas", a pista do beltrano. ENTÃO BELTRANO TEM QUE SER CONSULTADO ANTES DE ALGUÉM QUERER FAZER ALGUMA COISA NA PISTA.
Mas se quem mexe (e anda) constantemente na pista não é uma e sim são diversas pessoas, essa pista "deve ser considerada" de todos aqueles que lá mexem. ENTÃO SOMENTE COM UM CONSENSO GERAL, ONDE VALE O QUE A MAIORIA DECIDIR é que alguma coisa será feita.

Tem que ter coerência, não é?
Se existem 100 pessoas que lá andam, mas somente uma porcentagem mexe na pista, quem só anda, "só anda mesmo", no meu entendimento não tem voz ativa.

Partindo dos princípios da união, companherismo, ajuda e suporte, seria muito autoritarismo (e falta de respeito) uma pessoa que só "usa" a pista, achar que tem o direito de falar alguma coisa. Essa pessoa tem que "fazer" alguma coisa antes de falar.
Infelizmente desculpa para justificar a falta nos dias de obra, serão diversas:
-ninguém me avisou;
-tenho compromisso;
-não tô com roupa adequada;
-meu cachorro morreu;
-minha mãe num deixa...
A lista é interminável. Sem contar que vai ter aquele pra gritar com a boca cheia: "mas semana passada eu ajudei nisso ou naquilo"...

Acho que antes de alguém achar que tem algum direito sobre algo, deve-se pensar no que ela efetivamente fez em prol do "assunto em questão".

Lembro-me de passar horas construíndo um obstáculo em um lugar e dias depois ao retornar para andar, o obstáculo tinha sido alterado-quase-destruído.
Pesquisando o fato, descobríamos que eram garotos que não conseguiam transpor o obstáculo, que os destruíam.
Temos aí um outro grande problema que atinje grande parte da população: a falta de educação. Pra se ter respeito, antes tem que ter educação. Sem isso já era!
Então esses vacilos geravam um desgaste enorme entre pessoas que faziam praticamente a mesma coisa, que era andar de bike, e diga-se de passagem, um desgaste desnecessário.
Se os garotos tinham o empenho de desmontar todo o obstáculo e refazê-lo de uma outra forma, pra início de conversa, eles eram então capazes de "começar" do zero um outro obstáculo onde não existia, sem atrapalhar ou gerar problemas.

Quer mais um exemplo absurdo:
Num bairro da cidade, a mulecada local fez uma pista básica (era um Dirt, quase um mini-DH), eu e meus amigos começamos a andar lá e éramos sempre discriminados e rechaçados. Depois começamos a levar ferramentas e melhorar os obstáculos: mais e mais resistência local enfrentávamos.
Nada os fazia mudar de idéia. Demos um tempo. Meses depois voltamos e estava tudo abandonado, nem andavam mais de bicicleta. Foi só perceberem nossa presença e as mudanças feitas no local e retornaram, tal qual "donos" para nos expulsar novamente criando um clima ruim e péssima convivência. Hoje o local encontra-se não só abandonado como muito sujo e cheio de matos. Se voltarmos lá, a novela será repetida, sendo que em momento algum fizemos mal a eles ou à pista, somente melhorias.
Esse foi um exemplo de "DONO BURRO" de pista, onde nem as melhorias, ele aceitava.

Um dado curioso:
Uma cidade com cerca de 300 mil habitantes é uma cidade pequena, tal qual a minha cidade Petrópolis-RJ, mas uma cidade como Ibirama-SC, de 18 mil habitantes, conforme o piloto Nataniel Giacomozzi me disse ano passado, é menor ainda. Só que fazendo umas contas aqui, apesar da diferença absurda de habitantes entre uma e outra cidade, deve ter mais gente que anda de ciclismo extremo em Ibirama do que em Petrópolis.
Se tiverem 18 pessoas que praticam, por exemplo, DH em Ibirama, isso equivale a 0,1% da população. Aqui em Petrópolis, não deve ter 30 pilotos, e isso corresponde a 0,01%!
Apesar de Ibirama ser quase 17 vezes menor do que minha cidade, em proporção tem mais gente que pratica o esporte.
Uma cidade com 300 mil habitantes é uma cidade bem pequena. Se 30 pessoas apenas praticam um esporte, é bem provavel que essas pessoas se conheçam e até mesmo, andem juntos, visto que não existe tanto lugar assim para andar.

E agora, quem é o pai da pista?
O filho nasceu, todo mundo achou lindo, mas será que só o pai vai ter que cuidar?
O tio vai falar, a tia vai opinar, o primo vai dar orelhada, a cunhada vai criticar, mas quem vai cuidar é o pai né?
Acho que essa história pode mudar e toda "a família" fazer por onde para que "o filho" cresça bonito e saudável sempre.
(Tb tem muito PAI que num cuida, né?)

A UNIÃO não faz só açucar galera, faz muita coisa...muita mesmo!
Abraços,
Jony

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